domingo, 1 de fevereiro de 2015

tempo tempo tempo tempo

ela chegou agitada de um fim de dia com o pai. ao final da rotina de sono - escova os dentes, lava o rosto e mãos, bota o pijama, dá boa noite, deita, lê uma história, apaga a luz e peito - ainda seguia inquieta. em dado momento pediu "maxági". eu não entendo de primeira, ela repete. surpresa, eu começo a massagear suas costas tentando me lembrar dos movimentos aprendidos num curso de Shantala feito lá quando ela recém completara 2 meses.

como ela cresceu! minhas mãos alcançavam todo o seu tronco e hoje já deslizam por ele. as perninhas cabiam nas mãos, que agora também passeiam por elas... seus pés, antes tão miúdos, agora já me permitem escolher um só ponto pra massagear. os dedos das mãos se desenham longos. tenho a memória física da época em que ela, ainda recém chegada a este mundo, fechava os pézinhos e mãozinhas por reflexo.

sou tomada por nostalgia e agora me pergunto por quanto tempo ela ainda caberá no meu colo. até quando será ela a caber no meu abraço e não o contrário? alguns dias são longos, mas os anos são curtos demais. me divido entre a ansiedade de vê-la crescer e a nostalgia de não vê-la mais bebê.

ela adormeceu de bruços, relaxada pela massagem. e eu permaneci ali, na penumbra, velando seu sono maduro, transbordando de orgulho da menina que desabrocha da minha bebê.

2 comentários:

  1. ah o tempo! é só piscar os olhos e ninguém anda mais de botas brancas por aí ;)

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  2. Que lindo texto! O abraço e o colo tb são meu calcanhar de aquiles de saudades...
    Eles crescem. Muito rápido... Rápido demais.
    Beijo

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