sexta-feira, 9 de outubro de 2015

carta aberta a quem não anda pra cima e pra baixo carregando um bebê

Prezados seres habitantes de um universo paralelo ao meu onde você não carrega um bebê por aí com você a onde quer que você vá,
este texto é para você, que encontra na rua uma mãe com um simpático bebê sorridente e acaba interagindo com a dupla. Seguem algumas dicas de etiqueta nesta interação:
- pode elogiar a vontade, mas se não tem algo positivo para falar? Não fale. Histórias sobre como a prima do ex-namorado da sua vizinha perdeu de forma trágica um filho com a mesma idade dificilmente vão interessar. Pode ficar só interagindo com o bebê, não tem problema.

- evite colocar a sua mão na mão do bebê. Bebês estão passando pela fase oral, colocam tudo a boca. Sua mão pode até estar limpa, mas a mãe da criança não sabe disso e não vai fazer muita diferença se você falar que acabou de lavar a mão.
- evite passar a mão na barriga de uma grávida que você nunca viu na vida. Acha isso um exagero? Imagine a situação sem a mulher estar grávida. Eu sei o milagre da vida é lindo, mas você sairia acariciando a barriga de estranhos se não fosse o bebê ali dentro? Se faz muita questão de passar a mão, peça. A mãe ainda é a dona da barriga.
- em hipótese alguma ofereça algo para o bebê comer sem antes perguntar a mãe se ele já come ou se ele pode comer aquilo que você quer oferecer. (Isso pra mim vale até para crianças maiores.)
- por favor, nunca pergunte “o que é que ele tem?”, “o que tem de errado com ele?” ou similares quando o bebê está chorando. O que quer que esteja acontecendo, a mãe provavelmente já sabe o que é e já está fazendo o possível para resolver. Se o choro do bebê te incomoda, se retire.
- também não tente adivinhar. Frases como “É fome, por que você não dá a mamadeira?”, “Tá com sono, né? Olha só como está tarde!” ou “Ela não está com frio? Olha a perninha de fora” são comentários absolutamente dispensáveis. Como dito ali em cima, a mãe já sabe o que está acontecendo e já está tomando as providências.
- não diga o que você acha. Sério. Mesmo que você tenha parido 10 filhos e criado mais 10 que foram largados na tua porta e todos eles estejam bem de vida, saudáveis e bem resolvidos. Ainda assim, quem sabe o que é melhor para aquele bebezinho em questão é a mãe dele.
- ofereça ajuda, mas não insista. Por mais enrolada que aquela mãe pareça estar, ela está acostumada a fazer o que quer que esteja fazendo. E se precisar de ajuda ela vai logo aceitar, ou até pedir. Insistir em ajudar enche o saco.
Bom senso, minha gente. Eu sei que não vem de fábrica. Mas pense que você é um estranho e o bebê é a coisa mais importante da vida daquela mãe.
E que fique claro que essas são observações para quando você é um estranho. Amigos e família servem para dar pitacos e interagir! 
Emoticon smile
ass. uma mãe que esteve junto a uma estranha sem noção por 40min num engarrafamento com a filha chorando de sono

2 comentários:

  1. Adorei querida, faco de sua carta minha também. Lindo blog, beijos

    Manu =)
    http://yellowbabyblog.com/

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