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segunda-feira, 4 de julho de 2016

carta a uma amiga puérpera.

eu queria dizer que tô com saudade de você. e que tô aqui pensando que você deve estar com saudade de você também. e que me mata um pouquinho não poder passar aí de vez em quando no fim do dia com um saquinho de pão de queijo pra botar no forno enquanto você toma um banho com calma e eu seguro João pra depois a gente bater um papo e falar da vida. eu queria te dizer que espero muito que você tenha alguém fazendo isso por você agora, pq eu sei bem o valor disso no momento em que você tá vivendo. e que sei também que posso estar falando um monte de besteira, pq cada experiência é única e essa é a sua, e não a minha.
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mas eu queria te dizer também que essa fase passa. boa ou ruim - e meu chute é de que ela esteja sendo um muito dos dois, as vezes ao mesmo tempo -, ela passa. te dizer que hoje eu dei de cara com uma menina enorme no skype e ela tava orgulhosa fazendo pum-de-boca que aprendeu. por um breve momento eu a não reconheci, pq ontem mesmo ela era esse bebezico aí, como o seu, que me fazia sentir saudade de mim, sendo que eu nem sabia mais ao certo quem eu era. hoje eu sei um pouco mais quem eu sou e ela... bem, ela não perde tempo na descoberta de si enquanto cresce numa velocidade audaz de quem não tá nem aí pras saudades que tá deixando.
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repito, essa fase passa. não digo que você voltará a ser você, mas logo você voltará a fazer as suas coisas, aos poucos a vida se rearranja. e aí a gente vai conseguir sentar, tomar um chopp enquanto as crianças correm por aí. prometo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

carta aberta a quem não anda pra cima e pra baixo carregando um bebê

Prezados seres habitantes de um universo paralelo ao meu onde você não carrega um bebê por aí com você a onde quer que você vá,
este texto é para você, que encontra na rua uma mãe com um simpático bebê sorridente e acaba interagindo com a dupla. Seguem algumas dicas de etiqueta nesta interação:
- pode elogiar a vontade, mas se não tem algo positivo para falar? Não fale. Histórias sobre como a prima do ex-namorado da sua vizinha perdeu de forma trágica um filho com a mesma idade dificilmente vão interessar. Pode ficar só interagindo com o bebê, não tem problema.

- evite colocar a sua mão na mão do bebê. Bebês estão passando pela fase oral, colocam tudo a boca. Sua mão pode até estar limpa, mas a mãe da criança não sabe disso e não vai fazer muita diferença se você falar que acabou de lavar a mão.
- evite passar a mão na barriga de uma grávida que você nunca viu na vida. Acha isso um exagero? Imagine a situação sem a mulher estar grávida. Eu sei o milagre da vida é lindo, mas você sairia acariciando a barriga de estranhos se não fosse o bebê ali dentro? Se faz muita questão de passar a mão, peça. A mãe ainda é a dona da barriga.
- em hipótese alguma ofereça algo para o bebê comer sem antes perguntar a mãe se ele já come ou se ele pode comer aquilo que você quer oferecer. (Isso pra mim vale até para crianças maiores.)
- por favor, nunca pergunte “o que é que ele tem?”, “o que tem de errado com ele?” ou similares quando o bebê está chorando. O que quer que esteja acontecendo, a mãe provavelmente já sabe o que é e já está fazendo o possível para resolver. Se o choro do bebê te incomoda, se retire.
- também não tente adivinhar. Frases como “É fome, por que você não dá a mamadeira?”, “Tá com sono, né? Olha só como está tarde!” ou “Ela não está com frio? Olha a perninha de fora” são comentários absolutamente dispensáveis. Como dito ali em cima, a mãe já sabe o que está acontecendo e já está tomando as providências.
- não diga o que você acha. Sério. Mesmo que você tenha parido 10 filhos e criado mais 10 que foram largados na tua porta e todos eles estejam bem de vida, saudáveis e bem resolvidos. Ainda assim, quem sabe o que é melhor para aquele bebezinho em questão é a mãe dele.
- ofereça ajuda, mas não insista. Por mais enrolada que aquela mãe pareça estar, ela está acostumada a fazer o que quer que esteja fazendo. E se precisar de ajuda ela vai logo aceitar, ou até pedir. Insistir em ajudar enche o saco.
Bom senso, minha gente. Eu sei que não vem de fábrica. Mas pense que você é um estranho e o bebê é a coisa mais importante da vida daquela mãe.
E que fique claro que essas são observações para quando você é um estranho. Amigos e família servem para dar pitacos e interagir! 
Emoticon smile
ass. uma mãe que esteve junto a uma estranha sem noção por 40min num engarrafamento com a filha chorando de sono

sábado, 24 de janeiro de 2015

amizade x bolo.

estamos indo hoje a festa de aniversário de uma amiguinha da creche. a primeira pessoa, fora família e amigos bem próximos, por quem ela manifestou algum vínculo de amizade. poucas semanas após entrar pra creche, ela já chegava em casa falando da Bia. se a gente pergunta quem está esperando por ela na creche, a resposta é imediata e entusiasmada "a Biaaaa!". durante as férias, ela perguntava diariamente "cadê a Biiia?". quando a creche voltou e a Bia não, foi difícil explicar que a Bia estava viajando e que voltaria em algumas semanas: "a Bia foi na creche não..." ela repetia desgostosa ao voltar pra casa no fim do dia.


pois bem, chegou o dia da festa da Bia. há dias estamos conversando sobre como vai ser legal ver a Bia. reencontrar a Bia. brincar com a Bia. e etc, etc, etc.

ao acordar, falamos mais uma vez no assunto:

- filha, sabe o que faremos hoje?
- na festa da Bia!
- isso! e você vai ver a Bia, não é legal? qual a coisa mais legal que você quer fazer na festa da Bia?
- éééé - ela enrola enquanto pensa, afinal, com tanta saudade da amiguinha, são muitas as possibilidades. e responde em seguida - a Dora vai comer bolo!



quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

sobre a não-solidão da maternidade e o amor que nunca para de crescer


[primeiramente uma breve nota: o texto a seguir foi escrito há algumas semanas atrás e postado num grupo querido de mães que participo. é com o sentimento descrito nele que coloco meus dois pés em 2015, sem olhar para trás. que o novo ano seja repleto de amor, e só.] 
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sobre a não-solidão da maternidade e o amor que nunca para de crescer.

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falamos tanto sobre como a maternidade nos traz uma solidão arrebatadora. hoje venho compartilhar com vocês um pouco da minha experiência contrária. eu tenho um grupo muito querido de amigos da primeira faculdade que cursei. não terminei o curso, mas os amigos viraram quase uma família. daquele tipo de grupo que uns casaram entre si, os cônjuges que foram acolhidos, que a gente chega na casa uns dos outros abrindo a geladeira, se metendo na conversa alheia, enfim... muita intimidade mesmo. rs minha cria foi o primeiro bebê do grupo e, até agora, é a única. achei, sinceramente, que essa "nova fase" na minha vida iria me afastar um bocado deles até que chegasse sua vez de procriar. mas não. 
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hoje acordei cedo com a filhota e partimos pro outro lado da cidade onde iriamos passar o dia com parte do grupo. gente, quanto amor cabe nessa vida! ver minha filha, o maior amor que eu poderia ter, crescer e criar vínculo com meus melhores amigos, os meus amores antes dela nascer, só faz aumentar o amor que eu não tinha ideia que poderia crescer ainda mais.
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essas pessoas, jovens, recém-casados, com planos de volta ao mundo e nenhuma noção do valor da mensalidade de creche ou do tubo de Bepantol, dividem comigo a mesma cumplicidade que qualquer mãe-amiga dividiria. isso me surpreende tanto. me alegra o coração. e vejo que, as vezes, só o que a gente precisa é relaxar e deixar as pessoas se aproximarem - ou reaproximarem. 
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hoje estou explodindo de amor. pela minha filha e pelos meus amigos. os mais lindos que eu poderia ter. 

sábado, 20 de dezembro de 2014

cadê?

a fase dos porquês é famosa. lá pelo 4o ano (ou antes?) da criança ela passa por um momento insaciável de querer saber o porquê de tudo. ela tem algumas variações. lá em casa lembro que meu irmão repetia infinitos "mas como assim?" o-tem-po-to-do. era irritante uma gracinha!


é interessante que o adulto entenda esse momento, não minimize a curiosidade da criança e tente, na medida do possível, responder aos seus questionamentos. lembrando que na vida tudo passa, essa fase irritante encantadora também. eu, naturalmente prepotente, sempre me achei muito paciente e me considerando a "tia legal que responde tudo".

mas aí eu fui mãe, né? e daí que a cria da gente aparece, antes de completar dois anos, com uma nova variação dessa fase. por aqui chegaram os  porquês cadês.

acontece mais ou menos assim:

acabamos de sair de algum lugar, qualquer que seja. ela começa perguntando sobre alguém que ficou no lugar e de quem ela não se despediu (pq a pessoa dá tchau, mas ela não responde).

- cadê vovó?
- cadê vovô?
- cadê gato?
- cadê Nice? (nossa auxiliar aqui em casa)
- cadê Helena? (amiguinha)
- cadê mamãe da Helena? (título autoexplicativo)
- cadê moço? (qualquer pessoa com quem ela tenha cismado no metrô/no ônibus/na rua/na chuva/na fazenda/numa casinha de sapê)
- cadê (insira aqui um sujeito de sua escolha)? 

eu, após responder o mesmo cadê três ou quatro vezes, desisto e devolvo a pergunta:

- cadê, Dora, cadê vovó/vovô/gato/Nice/Helena/mamãe da Helena/moço!?