e aí, no que
pareceu um sopro de tempo, você chega aos quatro anos. lembro de ter você no
colo ainda bebê, e de olhar para aquelas enormes crianças de quatro anos, pensar que
para suas mães a maternidade já não era a novidade nenhuma, que elas deviam
tirar tudo de letra, saber exatamente o que estavam fazendo e ter plena
segurança sobre suas escolhas. tolinha, eu. amanhã completamos quatro anos dessa
vida de mãe e filha e eu sigo achando tudo novidade, vivendo tudo intensamente.
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há três anos,
nesta data, eu revivo aquela noite do seu nascimento. são as sensações, os
cheiros, os sons de quando você vinha vindo. a dor era intensa, como se eu
fosse virar do avesso. e foi mesmo isso que tive que fazer pra receber você, para ser sua mãe. renascer,
me reconhecer, me construir outra. aquela manhã de quinta feira era só o começo. que delícia
lembrar. e que delicia te contar a história do seu nascimento, que você agora
tanto gosta de ouvir.
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você pede para
ouvir sobre como era quando você era bebê e morávamos no Grajaú. vive curiosa
perguntando porque a Chuchu é mais velha que você. adora ouvir sobre como
descobrimos que você seria um bebê cabeludo numa ultrassom nas 32 semanas de
gestação.
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aliás, você adora
histórias. gosta de ouvi-las, de criar as suas próprias e contá-las. adora ser
o centro das atenções e, pro meu descontentamento quase resignado, ama histórias
de princesas e príncipes. minha filha, você veio ao mundo para me ensinar o
verdadeiro sentido da expressão “cuspir pra cima”.
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garotinha que não
para nem por um minuto, você parece viver num musical, dança e canta
o-tem-po-to-do. quando você era bebê eu, seu pai, seus avós, todos cantávamos
pra você o tempo todo... e brincávamos nos perguntando como seria quando você
descobrisse que a vida não é um musical. às vésperas do seu quarto aniversário parece que você ainda não descobriu. e torço para que isso não aconteça
nem tão cedo. você vive em La La Land! e quase sempre é uma delícia
viver nesse mundo musical contigo.
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o tempo passa
rápido demais, nossas conversar são cada vez mais complexas – e tão bacanas! você
já me perguntou coisas que eu não esperava ter que responder antes dos 10 anos,
coisas que fazem ‘de onde vem os bebês?’ parecer fácil de responder. aproveito
pra ir reelaborando minha visão de mundo a cada pergunta cabeluda que surge.
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além delas ainda
tem as perguntas que me colocam num jogo de quiz constante: quantos ônibus
passam num dia? por que a Chuchu tem rabo? o que é troco? por que o chão passa
embaixo do nosso pé quando a gente anda? por que o mar é salgado? para onde vai
toda essa gente do metrô? é sua sede de conhecimento e curiosidade sem fim!
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cresce, minha
menina. cresce que o mundo é seu. vai ser o que quiser na vida... seja a pilota-de-avião-mãe-princesa-bibliotecária-cantora-de-filme-super-heroína que você quer ser.
se depender da tua mãe, você terá uma companheira pra toda a vida, pra te apoiar e te acolher
sempre.
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mamãe te ama. ama a
mulher que se tornou com a sua chegada. e tá amando ver a menina forte e
empoderada que você está se tornando.
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feliz 4 anos.
sigamos juntas, meu amor.
Tinha escrito umas bonitezas, mas na hora de assinar tive que acertar contas com o gúgol. Então vai o que me lembro:
ResponderExcluir"Por que o chão passa embaixo do nosso pé quando a gente anda" é síntese. É lindo e diz tudo. Devia ser o nome de uma das fases da infância, de uma fase cheia dessas riquezas que a gente passa com as crias que só anotando as coisas mesmo...
Você, minha afilhada, faz uma dupla imbatível com essa menininha que faz todos esses quatro anos (!) Impossível não se emocionar.
Amo vocês! Felizes quatro, quatorze, quarenta...